Powered By Blogger

03/12/2010

My missing puzzle piece


Passei alguns dias fora. Ao voltar, fui atualizar a prosa com alguns amigos e me deparei com um quadro geral um tanto semelhante: reclamações sobre a dificuldade de se conseguir um namorado. Vejamos:

X namorou dois anos e meio e desde que tudo terminou não conseguiu emplacar outro namoro. Isso já faz um ano. Flertadas casuais. Sexo zero, apenas noitadas sem fim com os amigos e muito etílico pra afogar as mágoas. Reclama que hoje em dia é difícil encontrar um cara que, como ele, queira namorar sério.
Y namorou muitas vezes, mas nenhuma com intensidade suficiente. Nenhum que conseguisse passar os três primeiros meses de experiência. Faz sucesso entre os meninos e reclama de não conseguir um namorado.
Z nunca namorou, não sabe o que é acordar do lado de quem se gosta, olhar 'ele' deitado do seu lado que nem um menino, descabelado, de cara inchada e ainda assim acha-lo a coisa mais linda do mundo. Também reclama que não consegue ninguém sério, só pra contatos casuais (leia: sexuais).
Reclamações devidamente ouvidas e anotadas mentalmente, volto eu pra casa remoendo tudo o que ouvi, na minha eterna mania de analisar as coisas tentando achar resultado pros problemas alheios quando mals consigo resolver os meus próprios.
Depois de muito matusquelar consegui perceber que esses três amigos possuem mais em comum do que o simples fato de serem solteiros e reclamarem por não terem namorado. Eu explico.

Todos são bem resolvidos sexualmente. Assumidos. Com ciclo de amigos super fiéis e presentes. Realizados profissionalmente. Não são modelos típicos de siberianismo social. Frequentam lugares bons, tem bom gosto, boa família, condição financeira estável.

Parei pra pensar por qual motivos três pessoas, aparentemente partidões, continuam solteiras, mas terminei levantando outro questionamento: será que eles realmente precisam de alguém do lado pra serem felizes? Analisando mais friamente, todos são felizes, mas pecam por acreditar depender de outro pra serem completos. Inconscientemente buscam uma versão gay da norma hétero que diz ser necessário ter um protetor de orelha pra ser feliz, realizado.

A tempos deixei de acreditar na redenção por meio de outra pessoa. Não vou mentir que, como eles, também sinto falta de ter um alguém especial, mas não morro por isso. X, Y e Z também não morrem, só cometem o erro de repetir um texto velho, de proclamarem uma necessidade que não perceberam ainda não ter.
No fundo, todos eles são mais completos do que podem imaginar, porque o estado civil 'SOLTEIRO' que tanto atormenta agora, nada mais é do que um meio de torná-los maiores e melhores, preparados pra quando o 'alguém especial' aparecer. Podem até não ter o que querem, mas tem exatamente o que precisam.

Enquanto o príncipe encantado deles não chega, X passa os dias às voltas com o Sr. atitude (que conheceu na última balada), Y suspira por um menino mais novo e Z fica esporadicamente com um trintão. E eu, continuo admirando meus amigos por serem o mais próximo de um relacionamento que eu quero e posso ter atualmente.

Nenhum comentário: